Apresentar e ser apresentada: 5 dicas de sucesso

Por: Joana Andrade Nunes
03/10/2021

Dá-me licença que lhe apresente…”

… as cinco dicas para apresentar e ser apresentada na perfeição. 

Outrora, o ritual de apresentação estava revestido de convenções de cerimónia: frases pomposas seguidas do ritual “beija-mão” – cumprimento por excelência para demonstrar deferência e cortesia a uma senhora casada – deleitavam todos aqueles que, habilmente, dominavam a arte de saber estar.

A superficialidade e freneticidade com que ocorrem os contactos presenciais atualmente – de mãos dadas com a nova era profissional dominada pela igualdade de género – transformam (algumas) regras de cortesia e deferência em relíquias de museu. A mulher – em especial, a mulher executiva – assume-se como elemento diferenciador num mercado de trabalho outrora reservado ao público masculino. Nós, mulheres, entrámos no jogo onde a desigualdade de género tinha lugar. 

A confusão está instalada! 

Os “privilégios” que nos são aplicáveis no contexto social podem (e devem) ser transpostos para o âmbito profissional?”

Na nova era, a regra é clara e não deve (rectius, não deveria) suscitar dúvidas de interpretação: a igualdade de género rege as relações profissionais. 

O palco é, agora, tomado pela hierarquia de cada organização para que, em cada caso concreto, seja possível determinar a quem deve ser dada precedência.

“Quem é aquele/aquela que, na minha organização, merece o meu respeito em primeiro lugar? Qual é o lugar que ocupa na minha organização?”

Homens e mulheres estão numa posição de paridade. Como tal, é a posição concreta de cada homem e de cada mulher, no seio daquela organização, que determinará a resposta a esta questão. No jogo executivo, ser “Senhora” deixa de ser critério para atribuir privilégios sociais (o que não a impede, obviamente, de deslumbrar adotando a postura de uma verdadeira “Lady”).

Para que as “águas cinzentas” fiquem clareadas, seguem cinco dicas de sucesso para apresentar e ser apresentada, com sucesso, no âmbito profissional. 

  1. No âmbito profissional, a hierarquia profissional determinará quem é o elemento mais importante  – e quem é o menos importante – da sala. Esqueça a regra social “os homens são apresentados às senhoras”. Esqueça, também, a regra social que determina que “o mais novo é apresentado ao mais velho quando ambos são do mesmo sexo. Profissionalmente,
    1. o membro de hierarquia inferior é apresentado ao membro de categoria superior;
    2. os colaboradores de uma organização são apresentados aos visitantes. (E, já agora, não se esqueça que o cliente é a pessoa mais importante da sala!) 
  1. Sempre que fizer uma apresentação, pronuncie o nome do apresentado de forma clara e audível e sem se esquecer do sobrenome (é este que permitirá que, mais tarde, seja possível encontrar pontos de referência ou localizá-lo). Acrescente, também, uma breve informação sobre o/a apresentado/a (profissão, cargo, afinidades) para que a conversa entre os conhecidos possa fluir. Frases como:

“É a advogada brilhante que esteve responsável pela operação ABC”;

“Estudou na LSE com o seu sócio, o Dr. Castro Neves”; 

“É a autora da rubrica XPTO na revista X.” 

são ótimas sugestões que poderá adaptar, de imediato, ao seu contexto.

  1. A pessoa mais importante define como pretende saudar a pessoa que lhe é apresentada. Se, até ao início “da nova realidade” ditada pela pandemia, o aperto de mão era o cumprimento profissional por excelência (e, como tal, era a pessoa mais importante que estendia a mão em primeiro lugar), atualmente o aperto de mão (tal como os “beijinhos” tão característicos no ambiente profissional ibérico) encontra-se em stand-by. O aperto de mão deu, agora, lugar ao cumprimento “namastê” ou, simplesmente, a saudar o outro colocando a mão sobre o peito com uma ligeira inclinação da cabeça. No fundo, a essência está em não deixar de assinalar o momento e, em simultâneo, respeitar as indicações das autoridades de saúde mantendo a distância física aconselhada. Se for a pessoa mais importante da sala, caber-lhe-á a escolha do gesto mais adequado para a ocasião. 
  2. O título académico ou profissional, quando existe, é apenas necessário aquando de apresentações formais. Em contextos informais – ainda que no âmbito profissional – os tempos atuais não exigem a utilização dos títulos académicos ou profissionais visando criar um ambiente de proximidade, empatia e cooperação entre os vários intervenientes. 
  1. Sempre que estiver sentada e lhe for apresentado alguém, deve levantar-se para que a apresentação tenha lugar. Como tal, levante-se para ser apresentada – ainda que esteja numa reunião fora da sua organização. Se, socialmente, não tem de o fazer, no contexto profissional a igualdade de género implica que não sejam apenas os homens que estejam sentados que tenham de se levantar para que possam ser apresentados a alguém. 

Por fim, uma palavra sobre uma situação recorrente que atormenta a “alma” de muitas executivas (e executivos) quando têm de fazer uma apresentação: “Oh não! Esqueci-me do nome…. e agora?”

Para resolver este dilema, partilho consigo a trilogia mágica que lhe permitirá gerir, com sucesso e tranquilidade, a situação. Sempre que se esquecer do nome de alguém que lhe foi, devidamente, apresentado, respeite, religiosamente, a seguinte trilogia: i. não entre em pânico; ii. erradique do seu vocabulário a frase pavorosa “Peço desculpa mas esqueci-me do seu nome”. iii. Pergunte, habilmente: “Pode, por favor, indicar-me o seu nome completo para que possa apresentá-lo/a devidamente?

Agora que está na posse de cinco dicas para apresentar e ser apresentada com sucesso, não tema este ritual e deslumbre com a melhor versão de si.

Artigo publicado, originalmente, na Executiva aqui.

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